O 300C se afastou do mercado brasileiro em 2010 durante uma espécie de reclusão da Chrysler, que atravessava uma reestruturação – no Brasil inclusive, onde precisava rever seus rumos. Incêndio apagado, contas pagas e vivendo um momento globalmente mais feliz que o da própria Fiat, sua outrora salvadora, a Chrysler retoma a comercialização do imponente sedã no Brasil. Mantendo algumas características da antiga geração, perdendo outras, o novo 300C volta por R$ 179,9 mil, se debatendo entre a coerência e a contradição.
O estilo mais bruto, que nos EUA caiu no gosto de cantores de rap, foi lapidado. Foi-se a personalidade, ficaram os traços imponentes (linha de cintura alta, próxima do teto; capô longo) e o resultado é um desenho que deve ganhar mais admiradores ao redor do mundo – principalmente na Europa, casa da Fiat, onde o 300C vira Lancia Thema. Trocou a truculência pela suavidade. Aqui, o 300C foi coerente: fez concessões de estilo a favor de mais aceitação.
O G1 experimentou o novo Chrysler 300C por aproximadamente 100 km, numa ida até o litoral de São Paulo. Como passageiro, não há do que reclamar: além de fartura de espaço (inclusive na fileira de trás), os bancos são confortáveis e há o mimo dos equipamentos já citados, como refrigerador/aquecedor do porta-copos e aquecimento para os bancos traseiros.
Para quem dirige, novamente a contradição aparece, agora acompanhada de certa frustração. Na cidade, sente-se falta de uma direção elétrica, e não eletro-hidráulica, como a que o equipa. Ou seja, sobra para as mãos do motorista um desconfortável esforço em fazer o grandalhão mudar de direção. E a empunhadura do volante, um tanto grossa, também não ajuda.
O trabalho da suspensão é típico de carro americano, bem macio. Mas surpreende na estabilidade, segurando o grande sedã mesmo quando provocado. Igualmente surpreendente é a direção, bem mais direta do que se espera de um carro fruto da escola americana de fazer automóveis.
Vendas e concorrentes
No preço e nas expectativas de emplacamentos, no entanto, o 300C volta a ser coerente. Com apenas 139 unidades comercializadas ao longo de 2010 (quando se aposentou temporariamente), o sedã fabricado no Canadá volta com a esperança de emplacar 1.000 carros até o final do ano, e 1.200 em 2013 – montante coeso com as mudanças realizadas no modelo.
Os R$ 179,9 mil ficam acima dos valores cobrados por Mercedes-Benz Classe C e BMW Série 3, mas abaixo de outros representantes da categoria do Chrysler, como o Mercedes-Benz Classe E (com quem divide plataforma) e BMW Série 5. Ou seja, valor certamente coerente com as vantagens de espaço e desempenho em relação aos sedãs médios – e mais ainda com o nível superior de dirigibilidade e acabamento dos alemães no mesmo andar.
O estilo mais bruto, que nos EUA caiu no gosto de cantores de rap, foi lapidado. Foi-se a personalidade, ficaram os traços imponentes (linha de cintura alta, próxima do teto; capô longo) e o resultado é um desenho que deve ganhar mais admiradores ao redor do mundo – principalmente na Europa, casa da Fiat, onde o 300C vira Lancia Thema. Trocou a truculência pela suavidade. Aqui, o 300C foi coerente: fez concessões de estilo a favor de mais aceitação.
Chrysler 300C 2012
Internamente a contradição fala mais alto. O acabamento não deixa a desejar, mas há certa frieza em parte do painel que forra as portas e o plástico que vai no volante e abunda no console central é de qualidade (e visual) discutível. Velocímetro e conta-giros são iluminados por um tom azul de bom gosto, mas o display central, onde estão informações do computador de bordo, poderia ser menos tímido. A tela central sensível ao toque traz excelente visualização do GPS (por conta do seu tamanho avantajado), mas não oferece câmera de auxílio à ré – embora os alertas sonoros estejam tanto lá quanto na parte frontal do carro.
Por outro lado, há equipamentos raros e de extremo zelo, como ajuste elétrico de recuo ou avanço do pedais, aquecimento do banco traseiro (os da frente têm também ventilação), volante aquecido, porta-copos dianteiros que aquecem ou refrigeram a bebida e espelhos retrovisores memorizáveis. Outros itens não tão raros, mas igualmente necessários nessa faixa de preço, também estão lá: ar-condicionado digital de duas zonas, coluna de direção ajustável eletricamente, faróis bixenônio adaptativos, sistema de som premium (Alpine) com nove alto-falantes e teto solar panorâmico, entre outros. Na segurança, o 300C traz airbags frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina; controle de estabilidade e ABS.
Chrysler 300C 2012
Destaque para os freios, compostos por um sistema de pré-frenagem: ao tirar o pé do acelerador bruscamente, o motorista dá o recado de que pisará no freio com força, e por isso as pastilhas se aproximam do disco, se “preparando” para a investida mais forte. E ao ligar o para-brisa o condutor avisa, obviamente, que está chovendo, e assim o sistema aproxima novamente as pastilhas do disco, mas de maneira ainda mais sensível, a fim de evitar (ou eliminar) uma lâmina de água por ali.
ImpressõesO G1 experimentou o novo Chrysler 300C por aproximadamente 100 km, numa ida até o litoral de São Paulo. Como passageiro, não há do que reclamar: além de fartura de espaço (inclusive na fileira de trás), os bancos são confortáveis e há o mimo dos equipamentos já citados, como refrigerador/aquecedor do porta-copos e aquecimento para os bancos traseiros.
Para quem dirige, novamente a contradição aparece, agora acompanhada de certa frustração. Na cidade, sente-se falta de uma direção elétrica, e não eletro-hidráulica, como a que o equipa. Ou seja, sobra para as mãos do motorista um desconfortável esforço em fazer o grandalhão mudar de direção. E a empunhadura do volante, um tanto grossa, também não ajuda.
O trabalho da suspensão é típico de carro americano, bem macio. Mas surpreende na estabilidade, segurando o grande sedã mesmo quando provocado. Igualmente surpreendente é a direção, bem mais direta do que se espera de um carro fruto da escola americana de fazer automóveis.
Chrysler 300C 2012
Já o motor Pentastar V6, de 286 cavalos e 34,7 kgfm de torque, é digno de elogios (não à toa foi eleito um dos melhores propulsores de 2011). Responde prontamente às investidas do condutor, tem sonoridade empolgante e alcançou a interessante média de 8,5 km/l durante o teste. O câmbio de oito marchas, da alemã ZF, também é referência. Trocas as marchas suavemente, na hora certa, e entende bem o que o motorista deseja. Na estrada, a 120 km/h, fez o motor girar a incríveis 1.100 rpm.
Mas falta-lhe a opção de trocas sequenciais, privando o condutor da diversão de dirigir esportivamente. São oito marchas, e é difícil imaginar alguém ao volante que não quisesse dominá-las. Outro ponto contraditório, agravado pelo ótimo funcionamento da transmissão e pela boa dirigibilidade, inerente ao 300C.Vendas e concorrentes
No preço e nas expectativas de emplacamentos, no entanto, o 300C volta a ser coerente. Com apenas 139 unidades comercializadas ao longo de 2010 (quando se aposentou temporariamente), o sedã fabricado no Canadá volta com a esperança de emplacar 1.000 carros até o final do ano, e 1.200 em 2013 – montante coeso com as mudanças realizadas no modelo.
Os R$ 179,9 mil ficam acima dos valores cobrados por Mercedes-Benz Classe C e BMW Série 3, mas abaixo de outros representantes da categoria do Chrysler, como o Mercedes-Benz Classe E (com quem divide plataforma) e BMW Série 5. Ou seja, valor certamente coerente com as vantagens de espaço e desempenho em relação aos sedãs médios – e mais ainda com o nível superior de dirigibilidade e acabamento dos alemães no mesmo andar.
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