A Hyundai do Brasil finalmente desfez o mistério e acaba de revelar o
nome de seu primeiro carro 'popular' no Brasil, um projeto até então
conhecido pela sigla da empresa: HB. E ele não será batizado de forma
tão diferente: dispensando o tradicional "i" dos carros da companhia, o
hatch vai se chamar HB20, misturando o nome da montadora com o número
20, como é conhecida a plataforma da qual ele é derivado. A Hyundai diz
que o automóvel foi criado a partir do "futuro i20", que ainda não foi
lançado e se volta ao mercado europeu.
Mas o HB20, diz a empresa, é um carro totalmente voltado para o consumidor brasileiro -apesar de ter sido inteiramente projetado na Coreia do Sul. O chefe do projeto, Byoung Kweon Kim, explica que pesquisas indicaram que o brasileiro queria um veículo com "desenho estiloso". E que, devido às condições das estradas brasileiras, a Hyundai também focou em resistência.
O pacote de opcionais também foi pensado para o público nacional, mas a montadora diz que ainda não definiu tudo o que será de série e por quais equipamentos o cliente pagará mais para ter. Uma decisão já foi tomada: assim como a maioria de seus concorrentes, o hatch terá freios ABS e airbag duplo apenas como opcionais -por enquanto, já que esses itens de segurança serão obrigatórios nos carros fabricados a partir de 2014.
O modelo será oferecido motor 1.0 e 1.6 flex, este com opção de câmbio automático. E, segundo presidente da Hyundai Brasil, Chang Kyun Han, será vendido por uma rede de lojas exclusivas para os carros fabricados aqui -e não em concessionárias do grupo Caoa, que revende os importados da montadora asiática. A companhia estima que terá de 150 a 200 pontos de venda até o fim do ano, "cobrindo todo o Brasil", diz o executivo. Entre eles, possivelmente haverá lojas que comercializavam carros de outras marcas. Ou até lojas do próprio grupo Caoa, o que a montadora não descarta.
Sem disfarcesNa última quinta-feira (19), o G1 esteve na fábrica de Piracicaba (SP), a primeira da Hyundai na América Latina, e viu o carro sem disfarces -mas fotos não foram permitidas. No entanto, a companhia liberou nesta sexta (20) as primeiras imagens oficiais do hatch, até então visto apenas sob camuflagem. Apesar de não mostrarem o carro por inteiro, as fotos confirmam o "desenho estiloso" que fez a fama da sul-coreana no Brasil.
Houve outras revelações. Segundo o presidente, a fábrica, agora em fase de testes, começará a produzir para venda no fim de setembro e o carro começa a ser comercializado no início de outubro, um pouco antes do Salão do Automóvel de SP, onde será atração do estande da Hyundai juntamente com um protótipo do "SUV looking", que nada mais é do que sua versão "cross". Ela deverá ser produzida somente em 2013, juntamente com um sedã (cuja carroceria foi vista coberta na fábrica).
Sobre o HB20, a Hyundai diz que o carro não deverá mudar muito em relação aos protótipos vistos em Piracicaba. O que está sendo definido agora, além do pacote de equipamentos de série e do que será opcional, são as cores de pintura da carroceria. Na linha de montagem se via várias: do tradicional trio prata, preto e branco ao vermelho das fotos, tons de azul, cinza e verde. A empresa fez questão de ressaltar que o que estava na linha -também vetada para fotos- não era produto de venda, apenas de teste.
Foco no GolApesar de o segmento de carros de entrada ser bastante concorrido, a empresa mirou principalmente no Volkswagen Gol, o carro mais vendido no país há 25 anos. Foi ele o automóvel citado quando os executivos foram questionados sobre em qual faixa de preço, entre as dos concorrentes, o HB20 se encaixaria. O Gol, que acaba de passar por uma reestilização, será vendido a partir de R$ 27.990. A Hyundai, claro, deverá guardar segredo sobre os preços do seu hatch ao menos até o início de setembro, quando vai apresentá-lo devidamente à imprensa.
A meta é vender 25 mil unidades até o fim do ano. Haverá pré-venda logo no começo de outubro, com o carro já à mostra nas lojas. A montadora sul-coreana acredita que a versão 1.6 deverá ter mais saída, baseando-se na constante queda da participação de motores 1.0 no mercado, vista nos últimos anos.
Por dentroO modelo sem camuflagem do HB20 foi visto em uma sala com luzes coloridas e revestida de tecidos pretos, ou seja, não pôde ser examinado à luz do dia. Fotos do interior também foram proibidas.
A versão parecia ser topo de linha, aparentemente reunindo todos os equipamentos que o hatch terá -de série ou como opcionais. Estavam lá ar-condicionado, computador de bordo, rádio, direção hidráulica com volante revestido em couro e com controle de som, ajuste elétrico dos retrovisores externos -esses com repetidores de seta-, entrada para USB e iPod que poderão ficar devidamente escondidos em um console com tampa, câmbio automático de quatro marchas, vidros elétricos inclusive traseiros, porta-revistas nas costas dos bancos da frente, 2 apoios de cabeça reguláveis nos bancos de trás, faróis de milha, sensor de estacionamento traseiro e abertura interna do porta-malas. Este aparentava ter capacidade inferior à de Gol e Uno, mas nenhuma medida foi divulgada.
O display do rádio era verde, saindo do azul típico dos painéis da Hyundai - aparecia apenas no odômetro e no conta-giros, iguais aos do Elantra, mas sem detalhes cromados. O desenho da parte superior do painel lembra mais o de outro sedã da marca, o Azera, ou o do Veloster, modelo que também caiu nas graças de consumidores brasileiros, com saídas de ar mais compridas, acompanhando as linhas.
O plástico rígido predomina no painel e nas portas, mas é de toque agradável (na sala, os jornalistas tiveram de usar luvas, mas na pista foi possível ter um contato melhor). Assim como o tecido dos bancos. Enquanto o preto é a cor principal, o teto é um cinza claro, os bancos, cinza escuro.
O volante possui ajuste de altura e profundidade, o que conta como uma vantagem em relação a boa parte dos concorrentes. O freio de mão divide espaço com um porta-copos, o que o deixa mais perto do banco do motorista, mas não chega a incomodar - pelo menos quando se precisa dele só para sair ou parar o carro, pois, na pista, não havia possibilidade de encarar uma rampa.
Impressões (bem curtas) na pista
A montadora disponibilizou carros nas 3 versões para um curto percurso na pista de testes da fábrica. Eram duas retas longas e quatro curvas principais em um trajeto totalmente plano e com asfalto perfeito -a parte da pista que oferece pisos diferentes estava fechada. Não era permitido mais de um carro no circuito ao mesmo tempo. Como nesse contexto qualquer veículo tem a obrigação de ir bem, as primeiras impressões ao volante do HB20 foram positivas.
O 1.0 conta com motor de 3 cilindros, o mesmo que equipa o Kia Picanto, o que lhe deixa com mais vibração e um barulho mais forte nas acelerações. O som vaza na cabine, mas não chega a ser um grande incômodo -e há que se considerar o barulho da camuflagem sobre o carro.
A potência desse motor no HB20 não foi revelada: a Hyundai limita-se a dizer que é 5% maior que a dos motores de 4 cilindros da concorrência -para efeito de comparação, o Gol 1.0 tem 76 cavalos quando abastecido com etanol, mesmo combustível usado nos carros testados; no Picanto, o motor tem 80 cv.
Acelerando na reta, com três pessoas a bordo, o bloco responde bem, chegando sem muito reclamar a pouco mais de 120 km/h. O 1.6, de 4 cilindros, mesmo bloco que há sob o capô do Kia Soul e do Kia Cerato, como esperado, demonstra mais fôlego. Combina mais com o câmbio manual, de engates fáceis e precisos, do que com o automático. Este bem que poderia ser o do Soul e do Cerato, de 6 marchas, mas aí é sonhar alto -e caro demais para o segmento. A Hyundai diz que vai esperar para ver aceitação dessa versão pelo consumidor brasileiro para considerar se evolui, pelo menos, para a transmissão de 5 marchas.
Vale destacar a boa empunhadura do volante e a experiência de dar uma volta também no banco de trás, o que demonstrou que o espaço interno do hatch é bom. Duas pessoas vão confortáveis - os joelhos, para quem não é muito alto, não chegam a encostar no banco ajustado para um motorista de mais de 1,70 m. Os vidros traseiros têm pouca altura: em função das linhas laterais do carro, são mais estreitos que os de motorista e passageiro. Os cintos traseiros são de 3 pontos e retráteis nas laterais e de 2 pontos no meio.
Considerando a experiência inicial a bordo e diante do primeiro 'popular' da Hyundai no Brasil, fica a promessa de mexer com um segmento com muitos nomes de peso, e que ganhará outro novato neste ano, o Toyota Etios. Se o "barulho" será suficiente para balançar a briga Gol x Uno futuramente, só o tempo, os preços e o pós-venda da Hyundai dirão. A montadora promete excelência no serviço ao cliente.
Mas o HB20, diz a empresa, é um carro totalmente voltado para o consumidor brasileiro -apesar de ter sido inteiramente projetado na Coreia do Sul. O chefe do projeto, Byoung Kweon Kim, explica que pesquisas indicaram que o brasileiro queria um veículo com "desenho estiloso". E que, devido às condições das estradas brasileiras, a Hyundai também focou em resistência.
O pacote de opcionais também foi pensado para o público nacional, mas a montadora diz que ainda não definiu tudo o que será de série e por quais equipamentos o cliente pagará mais para ter. Uma decisão já foi tomada: assim como a maioria de seus concorrentes, o hatch terá freios ABS e airbag duplo apenas como opcionais -por enquanto, já que esses itens de segurança serão obrigatórios nos carros fabricados a partir de 2014.
O modelo será oferecido motor 1.0 e 1.6 flex, este com opção de câmbio automático. E, segundo presidente da Hyundai Brasil, Chang Kyun Han, será vendido por uma rede de lojas exclusivas para os carros fabricados aqui -e não em concessionárias do grupo Caoa, que revende os importados da montadora asiática. A companhia estima que terá de 150 a 200 pontos de venda até o fim do ano, "cobrindo todo o Brasil", diz o executivo. Entre eles, possivelmente haverá lojas que comercializavam carros de outras marcas. Ou até lojas do próprio grupo Caoa, o que a montadora não descarta.
Sem disfarcesNa última quinta-feira (19), o G1 esteve na fábrica de Piracicaba (SP), a primeira da Hyundai na América Latina, e viu o carro sem disfarces -mas fotos não foram permitidas. No entanto, a companhia liberou nesta sexta (20) as primeiras imagens oficiais do hatch, até então visto apenas sob camuflagem. Apesar de não mostrarem o carro por inteiro, as fotos confirmam o "desenho estiloso" que fez a fama da sul-coreana no Brasil.
Houve outras revelações. Segundo o presidente, a fábrica, agora em fase de testes, começará a produzir para venda no fim de setembro e o carro começa a ser comercializado no início de outubro, um pouco antes do Salão do Automóvel de SP, onde será atração do estande da Hyundai juntamente com um protótipo do "SUV looking", que nada mais é do que sua versão "cross". Ela deverá ser produzida somente em 2013, juntamente com um sedã (cuja carroceria foi vista coberta na fábrica).
Sobre o HB20, a Hyundai diz que o carro não deverá mudar muito em relação aos protótipos vistos em Piracicaba. O que está sendo definido agora, além do pacote de equipamentos de série e do que será opcional, são as cores de pintura da carroceria. Na linha de montagem se via várias: do tradicional trio prata, preto e branco ao vermelho das fotos, tons de azul, cinza e verde. A empresa fez questão de ressaltar que o que estava na linha -também vetada para fotos- não era produto de venda, apenas de teste.
Foco no GolApesar de o segmento de carros de entrada ser bastante concorrido, a empresa mirou principalmente no Volkswagen Gol, o carro mais vendido no país há 25 anos. Foi ele o automóvel citado quando os executivos foram questionados sobre em qual faixa de preço, entre as dos concorrentes, o HB20 se encaixaria. O Gol, que acaba de passar por uma reestilização, será vendido a partir de R$ 27.990. A Hyundai, claro, deverá guardar segredo sobre os preços do seu hatch ao menos até o início de setembro, quando vai apresentá-lo devidamente à imprensa.
A meta é vender 25 mil unidades até o fim do ano. Haverá pré-venda logo no começo de outubro, com o carro já à mostra nas lojas. A montadora sul-coreana acredita que a versão 1.6 deverá ter mais saída, baseando-se na constante queda da participação de motores 1.0 no mercado, vista nos últimos anos.
Por dentroO modelo sem camuflagem do HB20 foi visto em uma sala com luzes coloridas e revestida de tecidos pretos, ou seja, não pôde ser examinado à luz do dia. Fotos do interior também foram proibidas.
A versão parecia ser topo de linha, aparentemente reunindo todos os equipamentos que o hatch terá -de série ou como opcionais. Estavam lá ar-condicionado, computador de bordo, rádio, direção hidráulica com volante revestido em couro e com controle de som, ajuste elétrico dos retrovisores externos -esses com repetidores de seta-, entrada para USB e iPod que poderão ficar devidamente escondidos em um console com tampa, câmbio automático de quatro marchas, vidros elétricos inclusive traseiros, porta-revistas nas costas dos bancos da frente, 2 apoios de cabeça reguláveis nos bancos de trás, faróis de milha, sensor de estacionamento traseiro e abertura interna do porta-malas. Este aparentava ter capacidade inferior à de Gol e Uno, mas nenhuma medida foi divulgada.
O display do rádio era verde, saindo do azul típico dos painéis da Hyundai - aparecia apenas no odômetro e no conta-giros, iguais aos do Elantra, mas sem detalhes cromados. O desenho da parte superior do painel lembra mais o de outro sedã da marca, o Azera, ou o do Veloster, modelo que também caiu nas graças de consumidores brasileiros, com saídas de ar mais compridas, acompanhando as linhas.
O plástico rígido predomina no painel e nas portas, mas é de toque agradável (na sala, os jornalistas tiveram de usar luvas, mas na pista foi possível ter um contato melhor). Assim como o tecido dos bancos. Enquanto o preto é a cor principal, o teto é um cinza claro, os bancos, cinza escuro.
O volante possui ajuste de altura e profundidade, o que conta como uma vantagem em relação a boa parte dos concorrentes. O freio de mão divide espaço com um porta-copos, o que o deixa mais perto do banco do motorista, mas não chega a incomodar - pelo menos quando se precisa dele só para sair ou parar o carro, pois, na pista, não havia possibilidade de encarar uma rampa.
Impressões (bem curtas) na pista
A montadora disponibilizou carros nas 3 versões para um curto percurso na pista de testes da fábrica. Eram duas retas longas e quatro curvas principais em um trajeto totalmente plano e com asfalto perfeito -a parte da pista que oferece pisos diferentes estava fechada. Não era permitido mais de um carro no circuito ao mesmo tempo. Como nesse contexto qualquer veículo tem a obrigação de ir bem, as primeiras impressões ao volante do HB20 foram positivas.
O 1.0 conta com motor de 3 cilindros, o mesmo que equipa o Kia Picanto, o que lhe deixa com mais vibração e um barulho mais forte nas acelerações. O som vaza na cabine, mas não chega a ser um grande incômodo -e há que se considerar o barulho da camuflagem sobre o carro.
A potência desse motor no HB20 não foi revelada: a Hyundai limita-se a dizer que é 5% maior que a dos motores de 4 cilindros da concorrência -para efeito de comparação, o Gol 1.0 tem 76 cavalos quando abastecido com etanol, mesmo combustível usado nos carros testados; no Picanto, o motor tem 80 cv.
Acelerando na reta, com três pessoas a bordo, o bloco responde bem, chegando sem muito reclamar a pouco mais de 120 km/h. O 1.6, de 4 cilindros, mesmo bloco que há sob o capô do Kia Soul e do Kia Cerato, como esperado, demonstra mais fôlego. Combina mais com o câmbio manual, de engates fáceis e precisos, do que com o automático. Este bem que poderia ser o do Soul e do Cerato, de 6 marchas, mas aí é sonhar alto -e caro demais para o segmento. A Hyundai diz que vai esperar para ver aceitação dessa versão pelo consumidor brasileiro para considerar se evolui, pelo menos, para a transmissão de 5 marchas.
Vale destacar a boa empunhadura do volante e a experiência de dar uma volta também no banco de trás, o que demonstrou que o espaço interno do hatch é bom. Duas pessoas vão confortáveis - os joelhos, para quem não é muito alto, não chegam a encostar no banco ajustado para um motorista de mais de 1,70 m. Os vidros traseiros têm pouca altura: em função das linhas laterais do carro, são mais estreitos que os de motorista e passageiro. Os cintos traseiros são de 3 pontos e retráteis nas laterais e de 2 pontos no meio.
Considerando a experiência inicial a bordo e diante do primeiro 'popular' da Hyundai no Brasil, fica a promessa de mexer com um segmento com muitos nomes de peso, e que ganhará outro novato neste ano, o Toyota Etios. Se o "barulho" será suficiente para balançar a briga Gol x Uno futuramente, só o tempo, os preços e o pós-venda da Hyundai dirão. A montadora promete excelência no serviço ao cliente.
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