E começamos 2012 em grande estilo com a avaliação de uma Mercedes-Benz SLK 200 2012. Confira as impressões ao desfilar com este roadster pela cidade e também seu comportamento dinâmico na estrada, além dos detalhes e itens de conforto.
Ter um roadster na garagem é, para muitos, a realização de um sonho. Ainda mais no Brasil onde a oferta de veículos com esta silhueta é restrita a alguns poucos modelos importados de marcas premium. Assim, a pessoa ao volante de um carro como este é ‘o cara’.
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A experiência com a Mercedes-Benz SLK 200 foi uma das mais gratificantes possíveis. Com a capota aberta, todos os olhares se voltam para você. É impossível ser low profile, mesmo com um carro na cor mais popular do mercado, prata.
É certo que o brasileiro está pouco acostumado com carros conversíveis e por isso, quando vê um destes, quer admirar o design. Chegam a torcer bastante o pescoço para prolongar a agradável sensação passar bem de perto por um sonho de consumo, ao vivo. Ah se a cabeça virasse em 360°…
Até mesmo de capota fechada a SLK 200 provoca esta reação nas pessoas. A frente volumosa com a estrela de três pontas na grade é um claro sinal de ostentação do luxo e exclusividade que impressiona mesmo quem não liga muito para carros.
Por fora, a perfeição surge nos mínimos detalhes, como as luzes de cortesia em leds no parachoque dianteiro e as linhas suaves e elegantes da carroceria, que inspiram velocidade e liberdade.
Porém, nada é tão interessante e charmoso quanto a manobra para abrir e fechar o teto rígido, em uma operação de 20 segundos. Como em um filme de ficção científica, o carro se transforma de coupé em roadster (vice-versa), e evidencia ainda mais seus ocupantes.
É um carro de imagem, sem dúvidas. E, mesmo na versão de entrada (se é que podemos chamar assim), faz bonito e deixa qualquer um 10 vezes mais interessante. Assim é a SLK 200 testada.
Happy hour
A beleza e elegância da Mercedes-Benz SLK 200 é inquestionável. Mas é carro para happy hour. Em outras palavras, é carro para chegar bonito na festa. O motor é um quatro-cilindros 1.8 litro, 16 válvulas, turbo, que rende impressionantes 184 cv de potência a 5.250 rpm, e torque máximo de 270 Nm a 1.800~4.600 rpm. Acelera bem, mas está longe de ser um esportivo.
Mas é um bom veículo premium, e como tal, vem com equipado com pacote tecnológico interessante e bem agradável. Não faltaram os tradicionais sistemas de segurança ativos e passivos como freios ABS com controle de tração, estabilidade e assistência em rampas, air bags e encosto de cabeça ativo anti efeito chicote. Um destaque é o capô ativo, que eleva a parte traseira do capô em 8,5 cm em caso de atropelamento, o que amortece o impacto da queda sobre o veículo.
Outro sistema bacana é o Attention Assist que detecta fadiga do motorista em viagens de longa distância. Na prática, entra em operação automaticamente quando a velocidade ultrapassa 80 km/h, e passa a monitorar o comportamento do motorista por meio de uma série de sensores. Ao detectar mudanças de comportamento inesperadas, como movimentos involuntários no volante, que indicam cansaço ou lapsos de concentração, sugere uma parada para descanso.
O modelo testado tinha ainda um sistema inteligente de iluminação, muito além dos atuais que o facho de luz acompanha o movimento das rodas. No da SLK, é possível escolher um dos lados para iluminar mais profundamente, e nas conversões, ao acionar o pisca, o facho de luz amplia a iluminação lateral, oferecendo melhor visibilidade da via na lateral.
Não podia faltar o sistema de piloto automático, com limitador de velocidade, mas infelizmente não dispunha de radar de distância, o que tornaria quase autônomo. O modelo avaliado tinha aquecimento dos bancos (que são de couro), item quase dispensável em um país tropical como o Brasil. No lugar, seria bem vindo o sistema de refrigeração, que pode ser escolhido como opcional.
Apesar de vir com um bom sistema de áudio e entretenimento, com tela de LCD de 5,8 polegadas, não tinha sistema de navegação de série, e o ar-condicionado, apesar de eletrônico, era monozone. Em um veículo de R$ 202.900, um bizone de série e GPS integrado são sempre bem vindos. Em tempo, a Mercedes-Benz ainda não alterou a tabela de preços, com o novo IPI. Assim, quem está em dúvida, melhor se apressar.
Na estrada
Se por um lado o motor 1.8 litro é pequeno para o ego do modelo (e dos proprietários também), por outro é econômico e até cumpre bem o papel de proporcionar emoções. Com a capota aberta, a sensação de velocidade aumenta, graças ao vento no cabelo.
Numa pista fechada é certo: o corpo não cola no banco como nos esportivos de mais de 300 cv, mas a expectativa de atingir velocidade acima de 200 km/h aumenta ao passo que a pista vai acabando. E a SLK 200 chega. E ultrapassa. Excelente.
Andar a esta velocidade com a capota aberta é como saltar de paraquedas, mesmo com os vidros fechados. Abertos, a turbulência é muito grande, já a 120 km/h. Assim, sempre que o pé ficava pesado no acelerador, fechávamos os vidros. Nesta condição, o vento bagunça o cabelo, mas ainda assim é possível conversar com quem está ao lado.
A SLK testada tinha um opcional interessante para estes momentos, batizado pela Mercedes de Airguide, um defletor de ar que reduz a turbulência em torno da cabeça. Funciona bem, mas muitas vezes era até esquecido. Seria bem interessante se fosse um dispositivo automático.
A força do pequeno propulsor é direcionada para as rodas traseiras com ajuda de uma caixa de transmissão automática de sete velocidades (7G-Tronic Plus). Bem escalonada, faz bonito. Pena que o motor é pequeno… mas, para quem preferir, a Mercedes-Benz tem o mesmo veículo com motor V6, 3.5 litros e 306 cv de potência, a SLK 350. Este sim faz o corpo colar no banco, mas este é assunto para outra avaliação…
Voltando à SLK 200, como todo bom roadster te direção precisa e suspensão firme, até demais para os padrões das ruas esburacadas brasileiras. Assim, não se assuste ao ouvir batidas secas ao passar em buracos. A recomendação é que tente desviar o máximo possível deles e se não der, reduza bem a velocidade.
Mesmo sem o recurso de suspensão em modo esportivo, a SLK se comporta bem fazendo curvas em velocidade. A direção é precisa e as rodas de aro 17”, calçadas por pneus 225/45 R17 na dianteira, e 245/40 R17 na traseira, cumprem bem o papel de segurar o carro na trajetória.
Assim, em uma nota de 0 a 10, a SLK 200, na configuração testada, é 8,5. O design é 10, sem dúvidas. O conjunto mecânico também merece 10. Poderia vir mais bem equipado, muitos itens são opcionais quando poderiam ser de série. Neste ponto, a Mercedes-Benz não deveria economizar, pois quem quer um carro da marca, quer (e muitos até podem) ter tudo.
A força do motor é uma questão de gosto e até adaptação. Nem sempre o V8 é melhor que o 4-cilindros. E neste ponto, a Mercedes acertou na escolha das opções com os modelos de 4-cilindros, V6 e a AMG com V8. A SLK 200 é um excelente carro. Mais bonito do que potente, é certo. Mas suficiente.
Abaixo, a sequência do sistema de abertura/fechamento da capota.
Texto e fotos: Alexandre Akashi
Update: Consultamos a assessoria da Mercedes-Benz para apurar o preço sugerido atual, sendo que a mesma retornou informando que ainda não reajustou os preços por conta do aumento do IPI. Atualizado em 03/01/2011 às 13h00.
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