Fomos até os EUA para acelerar o novo compacto, que chega ao Brasil em 2012
A tecnologia 3D chegou ao cinema a fim de passar sensações diferentes ao espectador. O Chevrolet Sonic
não traz tela especial, tampouco óculos especiais, mas exibe facetas
tridimensionais por dentro e por fora. Novo carro global da Chevrolet, o
Sonic é produzido nos Estados Unidos, Coreia do Sul e será feito no México, de onde virá para o Brasil. A missão é tirar o New Fiesta (também mexicano) da zona de conforto, já que o modelo da Ford ainda não possui oponentes à sua altura no país. A faixa de preço deverá ser a mesma, em torno de R$ 50 mil.
O
design do Chevrolet tem personalidade e não esconde em parte alguma que
nasceu com apelo esportivo. A frente é tão baixa que a gravatinha da
grade acabou postada na altura dos joelhos. O farol mostra a primeira
faceta 3D, pois não tem uma segunda lente acrílica à frente das duas
parábolas independentes. Elas podem ser vistas e, principalmente,
tateadas. A máscara negra está presente em todas as versões e muito bem
realçada na versão de cor branca avaliada por Autoesporte na Califórnia.
Sonic
surpreendeu pelo estilo arrojado, com lanternas e faróis 3D. Direção e
câmbio justos empolgam, mas suspensão poderia ser mais firme
A
linha de cintura sobe quando chega à porta traseira, sem maçaneta
aparente. A mesma foi parar na coluna C e não deixou de ser prática. O
teto baixo na traseira tem a esportividade realçada por um curto
aerofólio, enquanto a lanterna segue o mesmo conceito tridimensional,
sem lente secundária. As rodas aro 15 da versão LT têm desenho discreto e
são calçadas com pneus 195/65 da coreana Hankook. São esses detalhes
que nos fazem relembrar das origens do hatch que, a exemplo do Cruze, também foi desenvolvido pelos estúdios da GM na Coreia do Sul. As medidas são semelhantes às do Fiesta, com 4,04 m de comprimento e 1,73 m de largura, contra 4,06 m e 1,70 m do Ford.
Ao abrir a porta do Sonic é impossível não pensar no irmão Cruze.
O conceito de linhas é basicamente o mesmo, mas o modelo menor tem um
pé à frente em termos de modernidade. Os instrumentos são o terceiro e
último item tridimensional e, assim como faróis e lanternas, não estão
escondidos sob uma lente acrílica. A peça do velocímetro e conta-giros
parece muito com os instrumentos utilizados por carros de corrida, com
direito a mostrador de velocidade digital. O painel avançado e com uma
curvatura bem inclinada dá uma enorme sensação de espaço. O volante
empresatado do Cruze traz os comandos do sistema de som nas versões LT e
LTZ.
Outro toque de esportividade está nas saídas de ar,
com linhas internas redondas que mais parecem turbinas de um avião. O
banco é esportivo e confortável, com abas laterais bem firmes, prontas
para segurar os ocupantes nas curvas mais arrojadas. Quem viaja atrás
também desfruta de bom conforto, pois os vidros abrem praticamente por
inteiro e o espaço para as cabeças é muito bom, mesmo com a traseira
visualmente baixa do lado de fora. Nesse ponto a GM obteve mais sucesso
que a Ford com o New Fiesta. O espaço interno, de fato,
tende a ser maior que o do concorrente, já que o Chevrolet possui 2,52 m
de entre-eixos, contra 2,48 m do Ford.
Instrumentos parecem saltar do painel, que tem o mesmo volante do Cruze; Velocímetro digital dá ar futurista
Disponível nos EUA com o motor Ecotec 1.8 do Cruze (e as mesmas transmissões manual e automática de seis marchas), o Sonic
conta também com um propulsor desconhecido no Brasil – o Ecotec 1.4 16V
turbo de 138 cv e 20,4 kgfm. A direção firme e justinha empolga logo de
cara, assim como o câmbio de engates precisos. O Sonic parece ser mesmo tão esportivo quanto sua roupagem sugere. A primeira marcha do câmbio manual é curta e parece que o Sonic vai
embalar a plenos pulmões. Mas basta a primeira curva e a chegada da
terceira marcha para o hatch se revelar um carro menos empolgante do que
aparenta.
Motor 1.4 Ecotec turbo empolga, mas no Brasil será utilizado o propulsor 1.6 de 116 cv
O
turbo não desempenha tanto quanto sugere, e a impressão é de andar em
um carro com um bom motor 1.8. A suspensão mole faz o hatch balançar
bastante nas curvas na versão avaliada, com rodas aro 15. Talvez a topo
de linha LTZ, com rodas de aro 17, entregue maior estabilidade. Segundo a
Chevrolet, o Sonic chega aos 100 km/h em 8,2 segundos,
número a ser aferido quando o compacto desembarcar no Brasil. A chegada
está prevista para 2012, segundo confirmou o engenheiro de
desenvolvimento do Sonic, John Buttermore, com exclusividade para Autoesporte durante
o Sema Show, em Las Vegas. “É um carro global e com certeza será
lançado no Brasil, estou finalizando esse projeto”, revelou.
Representando
a nova fase da GM, o modelo vem com foco no público jovem e tem
potencial suficiente para agradar ao consumidor brasileiro. Se ele
pudesse deixar um recado ao belo New Fiesta, certamente diria: “Seus dias de paz estão contados!”
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